O Brasil é o maior celeiro de jogadores de futebol do mundo. E vem se tornando o maior estábulo também. Refiro-me aos jogadores desleais, que só entram em campo para bater nos adversários, os populares "cavalos". O único recurso desses animais são as patadas. Se as dessem na bola, talvez fossem goleadores, como Rivelino, o dono da histórica "Patada Atômica". Ocorre que esses ruminantes não conseguem chegar na bola, subvertem o exemplo do Bigode, e enfiam o pé nos jogadores do outro time. Deveriam estar jogando pólo - na posição do cavalo mesmo.
Jogadores desse tipo, o futebol canarinho sempre teve. Mas eles vêm ganhando espaço, na medida em que a força física ocupa de vez o lugar da habilidade técnica como principal requisito para se vestir o uniforme de um time de futebol. A cavalice está tamanha que sugiro que alguns volantes passem a ser chamados de "rédeas". É mais apropriado.
Sobram exemplos de relinchantes espalhados pelos campos de futebol brasileiros. No ano passado, surgiu até uma aberração da natureza, um cavalo-Coelho, que parece gostar de bater em foca. Fenômenos tristes como esse podem ser vistos na Copa São Paulo, onde alguns daqueles pirralhos, ao invés de dribles, preferem dar cotoveladas.
Se meu amigo Pierino estivesse lendo este post, lá de Milão, eu diria que o futebol brasileiro parece ter aprendido a lição italiana, do mestre Gattuso: "bater, bater, bater, bater, é o melhor para poder vencer". Mas, o fato é que, enquanto eu resmungo, o Pierino tem a chance de ver de perto o verdadeiro talento brasileiro, no Milan, onde Kaká, Ronaldo e Pato (que só é craque porque nasceu no Paraná, e não porque fez uns dois treinos no Inter) começam a dar show.
Ah, vamos fazer o ranking dos 10 jogadores mais cavalos de todos os tempos? Uma seleção mundial e uma brasileira, que tal?
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
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Um comentário:
Sobre o Pato, chegou ao Inter com 11 anos de idade e, já na sua terceira partida como profissional, ajudou o Colorado a sagrar-se Campeão do Mundo da Fifa. Tem jogador que passa anos em um clube e sequer joga uma partida de Libertadores, como o Dodô, quando esteve no Botafogo.
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